segunda-feira, 10 de junho de 2013




Texto de Richard Rasmussem proferido na Câmara dos Deputados no Congresso Nacional
"Muitas pessoas me perguntam porque devemos proteger a biodiversidade. Pensando nisso resolvi escrever este pequeno texto.
Enquanto estamos aqui reunidos, tente imaginar o céu à noite com suas estrelas brilhando. Dependendo de onde você estiver olhando para o céu, das profundezas de uma floresta ou de uma cidade iluminada, mais ou menos estrelas você vai enxergar mas sabe que todas elas estão lá e isto te traz conforto e segurança.
As estrelas sempre estiveram lá enfeitando a noite escura e você, seu pai e o pai de seu pai, até mesmo o primeiro homem a chegar nas Américas cruzando o estreito de Behring há mais de 12.000 anos atrás admiraram este mesmo céu estrelado. Gosto da ideia de comparar as estrelas com as diferentes espécies de animais que temos o privilégio de conhecer e desta forma considerar o céu como o conjunto da Fauna, da Biodiversidade Animal. Assim como cada estrela é única, cada animal é único nas suas adaptações, características e comportamento.
Podemos viver em um planeta sem esta biodiversidade animal Provavelmente sim. Assim como podemos viver sem um céu estrelado. Agora, imagine um céu sem estrelas, escuro e triste. Parece assustador, não é?
Conservação não é algo que se exerce por uma razão lógica ou por medo de um desastre ecológico. Conservação significa importar-se, cuidar, proteger aquilo que faz parte da história natural do ser humano com sua capacidade infinita de amar. Conservar a biodiversidade é conservar, na melhor hipótese, a si mesmo e a sua essência, permitindo que as gerações futuras, seus filhos, os filhos de seus filhos e o homem daqui a 12.000 anos possam ter o mesmo direito de gozar um céu estrelado assim como de admirar um animal selvagem em seu habitat. Conservação é um estado de espírito, aquele sentimento de que está tudo bem quando nos deitamos à noite, e, um pouco antes de dormir, naquele estado em que você não está acordado nem dormindo, sua mente te leva e você sabe instintivamente de que, naquele mesmo momento, o céu está iluminado pelas estrelas e que, em algum lugar da floresta, a onça-pintada e seu filhote estão para caçar uma capivara."

Richard Rasmussen - Plenária da Câmara dos Deputados - DF 07 de Junho de 2013.

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